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Arquitectura no dia-a-dia


A sociedade actual é em parte resultado do papel da arquitectura sobre ela, pois a arquitectura pode transformar e definir o bem-estar das pessoas. Ao criar edifícios e espaços que correspondam às necessidades e anseios das comunidades, a arquitetura pode favorecer a criação de ambientes acolhedores e saudáveis para se habitar, visitar, trabalhar e mais.

A arquitectura é vista pela maioria como algo meramente estético, ao admirar a aparência de um edifício, um dos primeiros pensamentos do observador pode ser “quem foi o arquitecto que fez isto?”, e sim, claro que a estética faz parte, mas onde a arquitectura mais impacta o nosso quotidiano é no seu uso, exercendo a sua função, no que ela transmite ao usuário e como ela faz o usuário viajar nela consciente e inconscientemente. Em como usamos cada compartimento duma casa ou qualquer outro tipo de edifício está já tudo definido pelo projecto, seja ela bem ou mal, e aí está o grande poder da arquitectura no dia a dia, e a sua complexidade, em fazer ela funcionar devidamente e mantendo um ambiente agradável de ver e estar, é aí onde se encontra a sua beleza interior.

(Fig 1 e 2. Vivência humana em espaços projectados.) 

Isto acontece porque ao projectar um espaço, o arquitecto estuda os processos e acontecimentos que irão decorrer no espaço, por isso que mesmo sem precisar ser músico, o arquitecto projecta um teatro de orquestras; sem precisar ter 5 filhos, o arquitecto projecta uma moradia para tal agregado; sem precisar ser medico, o arquitecto projecta um hospital. São estudados os objectivos do espaço para bem projectar e definir as dimensões, os materiais e temperaturas adequadas a manter em cada compartimento ao longo de todos períodos do ano, entre outros aspectos diversos. 

O estudo da escala humana é o que permitiu que se atingisse esse nível de consideração e funcionalidade dos espaços arquitectónicos. A escala humana é simplesmente basear-se no corpo humano como medida de referência relativa ao projectar espaços, sejam interiores ou exteriores. Considerar a escala humana é o que dá sentido à arquitectura, pois é como sabemos, por exemplo, a que dimensão geral deve ser uma porta, os degraus de escadas e inclinação de rampas, atá a altura dos edifícios em quarteirões em relação a cada tipo de rua.
 
(Fig. 3. Modulor de Le Corbusier) 

Por este mérito, a arquitectura no quotidiano leva em conta as sensações que o ser humano irá sentir para se alcançar o seu bem estar, então é importante considerar aspectos como a organização, diversidade (ter ambientes desiguais e fazer alterações em ambientes de tempos em tempos), e ainda, a integração com a natureza, cuidado e bom uso e preservação da natureza são algumas dicas para criar o bem-estar em lugares nas suas diversas escalas (seja um compartimento de um edifício, uma rua ou numa cidade inteira). O resultado disto tudo resulta em características espaciais que emitem informações para nossos sentidos, afetando a maneira como nos relacionamos com o espaço. Por isso, é responsabilidade dos arquitetos buscar soluções que promovam o bem-estar dos usuários, bem-estar físico, mental e social.

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3 Comentários

  1. É mesmo isso, a arquitectura do dia a dia é mesmo sempre desenhada para a tornar nossa vida mais fácil e agradável, e que seja parte de nós assim como nós dela. Bravo Dangalila!

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  2. Artigo extremamente relevante e enriquecedor. Muitos parabéns a arquiteta Dangalila!

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