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Páginas de marcas como inspiração diária para designers gráficos

 

O termo design gráfico, antes de ser baptizado pelo tipógrafo e designer de livros William Addison Dwinggins era chamada por arte comercial; visto que os artistas daquela época eram contratados pelas marcas para criarem campanhas publicitárias no âmbito da divulgação de produtos e serviços. 

O que nos leva a olhar, actualmente, para as páginas de marcas como fonte de inspiração, pelo facto das Agências de Marketing e Publicidade continuarem a usar o design como parte da estratégia de comunicação ou promulgação de produtos e mais. Neste caso torna-se interessante que ao invés de seguir afincadamente os perfis dos nossos designers favoritos, seguirmos algumas marcas pelo facto de elas estarem num fluxo constante de comunicação e, desta forma, buscam adoptar uma postura consistente e criativa de exposição dos seus serviços e produtos. 

Há algo de interessante em olharmos para as marcas como inspiração pelo facto da sua maioria possuir restrição no uso dos elementos que compõem as suas identidades; onde os designers gráficos são colocados o desafio de surpreender a audiência diáriamente. 

Importa salientar que a indicação das páginas tem como objectivo principal inspirar visualmente os designers, e o objectivo não é denegrir ou enalter as páginas, mas possibilitar um olhar céptico dos designers quando forem fazer as suas buscas por referências. 

1. Switch Energy

Esta é uma daquelas marcas consistentemente jovem, que acredita no poder da influência do design para o sucesso dos seus produtos. Facto este evidenciado pelo investimento nas embalagens dos produtos assim como a comunicação diária nas redes sociais. 

  • Família tipográfica: Este é um asset presente nos layouts, porém, a marca articula a sua comunicação através de diferentes famílias tipográficas, dependo da mensagem e ainda conseguem manter a consistência da sua voz. Porém, há um cuidado durante esse processo que é o de uso selecto de fonte para headlines, assim como um tipo específico para corpo. E maioritariamente os headlines são feitos em CAIXA ALTA, excepto em algumas ocasiões.

  • Paleta de cores: Esse é um elemento bastante interessante dessa marca, visto que ela possui uma vasta variedade de cores que reflctem a cada sabor das bebidas e que são bem articulados no âmbito da composição gráfica dos layouts para promover o produto.

  • Fotografias: Em termos de curadoria de fotografia, essa marca tem entre 0-10 nota 10. Consegue manter a consistência visual, não obstante a imagens que reflectem diferentes idades (modelos), há sempre aquele cuidado na selecção das fotografias que são posteriormente usados para compor um layout.

2. Burger King

Com certeza, essa é uma daquelas marcas que soube adaptar-se muito bem para as novas médias de comunicação. 

Como consequência do rebrand, a marca Burger King conseguiu criar uma identidade visual consistente e única como diferencial comunicativo no seu segmento. 

  • Família tipográfica: A Burger King possui uma tipografia própria, facto este determinado pela necessidade de economizar dinheiro que seria gasto em licenças de Tipos, isso considerando que é uma marca global e tem várias agências em diferentes partes do mundo responsável por mexer a marca e cada uma, se não possuísse uma família tipográfica própria, teria de pagar pela licença para que pudesse fazer o uso. Mais que isso, é o facto do Tipo ser relevante ao segmento, sugerindo algo orgânico e também possui diferentes pesos (o que flexibiliza a comunicação), permitindo que seja usado para títulos e corpo de textos mantendo a consistência. Podemos concluir que a tipografia é um dos activos maiores dessa marca.

  • Paleta de cores: Uma das coisas mais inteligentes que a agência responsável pela criação da actual identidade visual fez foi o uso de cores retros, que se adequam perfeitamente a telas, assim como reflectem o seu posicionamento como uma marca de alimento. 

  • Fotografia: A Burger King tem um sistema de imagens definidas, desde a posição dos próprios produtos, assim como a coloração padronizada de fotos de modelos.

  • Textura: Todos elementos acima citados são compostos por uma textura que sugere a granulosidade do pão, aumentando a sensibilidade do público que entra em contacto com as peças gráficas.

É através da combinação desses elementos que a marca consegue ter um poder distintivo no processo de comunicação visual. Portanto, é uma marca que articula os elementos de forma criativa (dentro de um limite pré-estabelecido) e há muito que se possa aprender acompanhando essa página. 

3. BCI – O meu banco

É uma marca que também tem alguns aspectos com os quais podemos nos inspirar no dia-a-dia, apesar de possuir ligeiras falhas na articulação dos seus elementos. 

  • Família tipográfica: Possui uma família tipográfica que permite uma articulação para o uso adequado em CAIXA ALTA, assim como variações para o corpo em caixa baixa, para além de possuir pesos diferenciados. Porém, nem sempre esse elemento é usado adequadamente durante a composição de um texto; por exemplo, num layout com diferentes informações a ecleticidade da família tipográfica não é aproveitada adequadamente para criar contraste em escala das informações de acordo com a relevância do que se pretende transmitir. E em alguns casos do uso dos headlines, que são feitos em CAIXA ALTA sem espaçamento adequado pela natureza dos títulos em CAIXA ALTA. Não obstante a esses pequenos pormenores, há muito que possa ser aproveitado.

  • Paleta de cores: Esse é um dos elementos que pode ser considerado activo valioso dessa marca, tanto é que podemos observar que o logotipo foi substituído pela forma, ainda assim não perde o seu poder distintivo para além do nome sempre maioritariamente ser citado nos headlines. 

  • Ilustrações: Analisando, mais a fundo, este elemento é uma das conquistas maiores da marca e que os designers poderão se inspirar sobre como fazer a composição de um layout usando ilustrações para transmitir uma ideia. As ilustrações da marca têm uma característica peculiar e que funciona melhor em datas comemorativas; momentos esses turbulentos para criativos, principalmente no uso de imagens obtidas nos bancos de imagens.

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