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A arte não deve estar à margem da vida social - Maputo Street Art

 

A arte tem o poder de resgatar as almas que deambulam sem norte, permitindo que os artistas possam expressar-se a partir do limite em que a linguagem verbal ou escrita não encontra mais caminhos para expressar-se. Contudo, ainda há uma luta por parte dos artistas, em Moçambique, de querer provar o valor da arte para a comunidade e para os pais que sempre incentivam os filhos a optarem por áreas financeiramente favoráveis em detrimento de escolhas de cursos relacionados com artes porque não dá dinheiro.

É interessante o progresso que se verifica, morosamente, em relação a valorização dos fazedores de artes actualmente como resultado das intervenções dos artistas através do movimento Maputo Street Art, que lançou também um livro que se encontra neste momento esgotado. Livro este que serve como documento que poderá servir para diversos fins como é o de pesquisas académicas no que concerne a Arte Urbana.

Em conversa com vários membros do Movimento Maputo Street Art, a nossa equipa pôde compreender melhor a força motriz que os impele a realizar diariamente vários espetáculos e actividades de expressão artística em urbes com pessoas “sem interesse em arte”. Durante uma entrevista com Ildefonso Colaço feita para Revista DEZAINE, ele expos um ponto interessante ao afirmar que: “Muita gente que vive nos bairros até tem a curiosidade em participar em eventos de artes, mas os eventos são sempre feitos em locais que não é a sua zona de conforto”, e para quem acompanha o Movimento Maputo Street Art tem a noção de que essa realidade tem vindo a mudar, graças a intervenção desses artistas que estão unidos por uma causa maior que é o de levar a arte junto das pessoas que também se localizam em bairros, como disse o Colaço, “Muita gente que vem do bairro tem uma falsa noção de que a arte é cena para os brancos”. 

Maputo Street arte vem provando cada vez mais a necessidade de aproximar as artes às comunidades urbanas. Afro Ivan, fundador do movimento, sempre indagou o facto das pessoas que vivem nos “guettos” terem de percorrer várias distâncias para participar em um evento de arte nas galerias situadas na cidade capital. 

Adicionalmente, durante a abertura do seu evento do Chamanculo é Vida, que decorreu no Centro Cultural Moçambique – Alemão – CCMA, a Cecília Mahumane expressou a sua dor ao dizer que “A maior parte das exposições feitas pelos artistas nesses centros culturais que se encontram na cidade eram organizados por pessoas do gueto”, ela ainda brincou ao dizer, “por exemplo esse evento termina 21 e eu não tenho quem me vai fazer atravessar os becos do meu bairro”. 

Direito das imagens reservados a Maputo Street Art.

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