Ventura Mulalene Zucula é um artisita plástico nascido na província de Inhambane. Iniciou a sua carreira artística em 2009, onde teve a sua aparição pública numa exposição colectiva na Casa da Cultura em sua cidade natal. É formado em Têxteis e também em Formação Pedagógica pela Escola Nacional de Artes Visuais – ENAV e licenciado em Artes Plásticas pelo Instituto Superior de Artes e Cultura – ISArC.
Mulalene tem uma carreira artística robusta, que resulta da sua inserção activa no mundo das artes através de exposições colectivas em galerias e centros culturais que decorrem no país. E devido a sua aplicação foi seleccionado para uma formação em Curadoria da qual resultou em um projecto expositivo “(Re)imaginar a nação-Diálogos Artísticos” que teve lugar no Museu Nacional de Arte – MUSART.
De tantos debates e intercâmbios artísticos possibilitados pelo meio em que está inserido, assim como manuais artísticos e de design que tanto consulta, ele ganhou uma forma atípica de perceber a arte; embora acredite que os espectadores têm a oportunidade de contemplar uma obra de arte, acredita também que os artistas têm muito a dizer sobre as suas obras tanto quanto o processo que as originam. Durante uma conversa com a nossa team ele admitiu que não é adepto da frase mais usada pelos “artistas”: “A obra fala por si”, e para completar afirmou que “nem todos os artistas têm a habilidade para explicar por isso que existem curadores, historiadores e ou críticos."
Colocamos na mesa durante a nossa conversa a partir do seu ponto para acrescentar que uma tela feita por um artista é sujeita a várias interpretações, surgindo, a partir deste facto a divergência das artes e o design, porque este segundo precisa ser directo e claro ao público a que se destina.
Ao concordar com o nosso ponto ele expos um facto histórico que une essas duas actividades afirmando que há uma relação entre a Arte e o Design quando olhamos para os primeiros cartazes feitos por artistas depois da independência. Hoje é tarefa dos designers conceber um cartaz, será que os artistas não estão aptos a o fazer?
E deixou uma pequena provocação sobre o estágio dessas duas áreas no que diz respeito a evolução e discussão colectiva da prática das mesmas ao afirmar que “Nas artes visuais em Moçambique, existiu um período em que quem não desenhasse ou pintasse como Malangatana não era considerado artista”, questionando por último o seguinte: “Vocês designers tiveram isso?”.
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