Campanha-01-01

Artigos

4/recent/ticker-posts

Bonse Bomba partilha a experiência de estudar design na Índia


Bonse Bomba, nascido no dia 5 de outubro de 1998, é um designer e artista visual moçambicano residente na cidade da Matola. Estudou Artes Plásticas, tendo interrompido a sua formação na época do COVID-19, no Instituto Superior de Artes e Cultura – ISArC. E em 2021 foi para índia com o objectivo de estudar, desta vez, Design Gráfico no Parul Institute of Fine Arts.


Desde novo sentiu em si o toque da arte, facto que o impulsionou a uma visão peculiar influenciado por estilos musicais como o Jazz e o Hip-Hop. Ele acredita que um bom artista plástico pode, com ferramentas e conhecimentos adequados, trabalhar como designer gráfico. Para além da paixão que tem com as artes gráficas, ele tem escrito poemas tendo como inspiração os artistas que fundaram a primeira escola formal de Design, Bauhaus. 

As suas influências o impelem a desenvolver estilos baseados nas artes de rua como grafitti e sobre a cultura negra como podemos observar em seus trabalhos.


Pelo facto de ter tido a oportunidade de estudar numa faculdade de artes em Moçambique e posteriormente numa instituição de artes na Índia, hoje, ele possui bases comparativas no que diz respeito ao ensino e aprendizagem de Design/artes gráficas que partilhou com a nossa equipa. 

Inicialmente, contou-nos que enquanto frequentava a faculdade de artes em Moçambique sentiu que o currículo da instituição tinha missões bastante tentadoras, embora não acompanhassem a dinâmica do mercado e a evolução tecnológica que tem evoluído vertiginosamente. Colocando na mesa da conversa que a faculdade em que se encontra, actualmente, busca-se sempre acompanhar a dinâmica do mercado local e global; isso numa época em que a temática era sobre a criação e os fundamentos de Stickers.


Para além do “desinteresse” em acompanhar a real dinâmica do mercado pelas instituições em Moçambique, contou-nos a forma de avaliação da escola em que se encontra afirmando que mais se parece com a de Bauhaus ou da Ulm, onde as avaliações dos alunos não estão exclusivamente centradas nas suas notas e sim na sua evolução. E as avaliações são feitas por professores ou profissionais que não fazem parte do quadro docente dessa instituição. 

Embora essa forma de avaliação não faça parte do ISArC, ele assumiu que há docentes que buscam incorporar esse tipo de avaliação, tendo citado os nomes de docentes como a de Luís Sozinho e Sandra Pizura – que para além de leccionarem, actuam no mercado como artistas plásticos e designer.

Revelou-nos também que durante uma aula de desenho no ISArC, os alunos foram desafiados a fazer retrato (desenho de um rosto humano), tendo ele se recusado defendendo que não é o que queria fazer. A resposta do docente surpreendeu-nos quando ele disse que foi permitido fazer  o que lhe conviesse e que para tal tinha que equivaler ao exercício proposto. 
Já no final, perguntamos ao Bomba sobre a visão que tem do mercado moçambicano em termos de design, tendo ele, respondido que: “Há designers que desenvolvem maneiras que reflectem culturas africanas, embora a maior parte busca, para além de estudar, implementar modus europeus de fazer as coisas sem a preocupação da cultura ou valores dos espectadores”.

Todas obras foram concebidas pelo Bonse Bomba

Enviar um comentário

2 Comentários

Campanha-01-01