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A realidade que é retratada pelas lentes de Ildefonso Colaço

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Diz o ditado que “uma imagem vale mais que mil palavras” e é desta forma que Ildefonso Colaço escolheu se comunicar ao mundo – através da sua arte de fotografar. É moçambicano e apesar de ser finalista em Ciências de Comunicação, na Universidade A Politécnica, foi na fotografia onde se encontrou, há cerca de 10 anos.

É autodidata na área, consequência das suas inspirações em fotógrafos nacionais e internacionais, bem como em fotografias apreciadas na internet. 

Nascido no bairro Maxaquene, periferia da cidade de Maputo, deu seus primeiros passos como fotógrafo registando fotografias de rua e de paisagem, com narrativas do seu bairro e de outros bairros também periféricos que os comparando possuem vários aspectos em comum. 

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Fotografia: Ildefonso Colaço

A escolha do seu primeiro estilo fotográfico (estes supracitados) não veio à toa e explicou-nos durante conversa que "naquela altura, eram as duas coisas fáceis de fotografar, mas depois de um tempo evolui" e continuou "de tudo o que faço hoje, sempre que possível incorporo os dois estilos, fotografias de paisagem e de rua".

A linhagem fotográfica de Colaço é a “documentação”. Através da sua lente, dá destaque ao que vê e passa-lhe, sem efeitos que transportem para longe do real. Aborda o cotidiano com um olhar ora crítico, ora destacando suas potencialidades.

Além de fotografias de práticas sociais, de rua e paisagem, o portfólio de Ildefonso Colaço conta com fotografias de colaborações com actores e modelos, ensaiadas para fazer alusão a conceitos que ligam o passado ao presente.

"É fácil trabalhar com pessoas que fazem alguma forma de arte cénica por entenderem o conceito de incorporar outras acções, formas e pensamentos, tudo isto transmitido na fotografia", realçou. 

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Fotografia: Ildefonso Colaço

O fotógrafo já fez questão de trazer em suas obras, os muros (paredes) da Cidade de Maputo, que como foi esclarecido na descrição foram "corroídos pelo tempo, pelo salitre e pelas mãos dos homens", razão pela qual a quem olha e seus pensamentos levam de volta há tempos passados, quando na verdade é a realidade da nossa cidade.

Ildefonso Colaço expôs pela primeira vez no Japão, em 2020, com a mostra "Everythig is something else". Um trabalho com o pretexto de mostrar as relações de casualidade entre os signos que a natureza oferece. 

De lá para cá, Colaço colaborou em várias exposições colectivas como “(re)imaginar Maputo”, que juntou seis jovens artistas, e a exposição “Corpo(r)Acção”, uma colecção de suas fotografias e os "xingufos" ou bolas de saco, em português, de Amarildo Rungo, artista plástico moçambicano. 

Conta também com exposições individuais, com destaque para "Fragmento Poético", que inaugurada no Espaço Cultural 16Neto. Uma mostra que abordou o contexto histórico, regional, sociocultural e socioeconómico das chapas de zinco. 


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