Yassmin Forte, filha de mãe moçambicana e pai português, nasceu em Quelimane e reside na capital moçambicana há 38 anos, quando tinha 6 anos de idade. Apesar de ser licenciada em Ciências da Comunicação, Relações Públicas e Jornalismo, é através da fotografia que se comunica melhor. Uma paixão que a fez buscar bases em formações de fotografia, com destaque ao curso de fotografia em Joanesburgo, na vizinha África do Sul. Aliás, foi nessas aventuras em estudos da arte de fotografar, que vendeu pela primeira vez as suas obras fotográficas, isto durante o exercício de fim de curso de fotografia, onde juntamente com os seus colegas realizaram uma exposição no Scala.
As primeiras vendas das suas fotografias tiveram um impacto significativo na sua carreira, reforçando em si mesma a certeza de que nasceu para registar e documentar distintos momentos através da fotografia e continua até hoje a comunicar-se com o mundo dessa forma.
Um ser humano energético e dinâmico, é como Ventura Mulalene, conhecido artisticamente por, simplesmente, Ventura, artista plástico moçambicano, descreve Yassmin Forte, e relaciona as características pessoais da fotógrafa aos seus trabalhos e explica que “as fotografias e colagens da Yassmin são inquietas. Ela explora questões relacionadas ao colonialismo e demonstra estar nessa luta ou confronto, o que pode ser, por outro lado, resultado da educação assimilada que teve”.
Ventura ainda reforçou que a fotógrafa aborda perfeitamente questões relacionadas à cultura e moçambicanidade e frisou que, aliando-se ao apelido, o seu trabalho fotográfico nos apresenta um teor muito forte.
O artista plástico e a Yassmin Forte (juntamente com Lauro Maurício Munguambe e Ulica Mena Abrantes) trocaram experiências profissionais no ano passado, quando a convite da White River Galerry, na África do Sul, fizeram parte da exposição colectiva de verão habitual denominada “Lull, Time for Pause”. Esta realização deveu-se à participação dos artistas no Workshop de Cianotipia, como prémio atribuído pela Hollard Seguros, pelo seu bom desempenho na Colecção Crescente 2022 e 2023 (uma colecção anual organizada pela Galeria Kulungwana, com curadoria de Mieke Oldenburg).
Ildefonso Colaço é colega de Yassmin, uma vez que ambos dão suas contribuições na indústria cultural moçambicana através da fotografia. Com uma linhagem de “documentação” Colaço explora mais as práticas sociais urbanas e fotografias de paisagens. Em conversa com a Design Informa, falando sobre Yassmin Forte, começou por confessar que “é uma boa profissional e gosta muito de trabalhar como fotógrafa”. A seguir a isto, expressou sua admiração ao contributo que presta com vista a ampliar os eventos culturais.
“Eu vejo ela em muitos eventos e vai por conta própria fotografar e divulgar os mesmos programas, desde exposições a concertos de música, e tantos outros eventos que acontecem na Cidade de Maputo”, contou Ildefonso Colaço a reforçar que “esse gesto é muito interessante e por isso eu acho que ela é uma profissional disposta em apoiar a cultura”.
Da infância de Yassmin, encontramos Ulica Mena Abrantes, sua amiga e artista plástica moçambicana que de forma muito nostálgica fez questão de recuar à tenra idade para revelar-nos que “na infância, Yassmin era tratada por Fofa, e sempre curiosa gostava de estar perto dos mais crescidos”. De volta aos tempos actuais, contou-nos ainda que “ela tem um grupo variado de amigos, com quem convive regularmente. É uma óptima companhia em todos os momentos, na alegria e na tristeza”.
Apesar das duas operarem em áreas diferentes, são artisticamente colegas. Ao olhar para o percurso de Yassmin Forte, Ulica Abrantes vê uma profissional em constante evolução, a abraçar novos desafios e a aprender todos os dias.
“Conhece os pontos fracos e faz questão de melhorá-los. Essa dedicação fez com que tenha ganho vários prémios e seja reconhecida no mundo das artes, já tendo-se apresentado em vários países, Portugal, África do Sul, Cabo Verde e, constantemente em Moçambique”, disse Ulica Abrantes, artista plástica e amiga de infância de Yassmin Forte.
O apoio incondicional que a fotógrafa dá, não apenas aos seus amigos pessoais, mas também aos amigos do mundo artístico, é sua outra marca, e em palavras da artista plástica “ela partilha sempre oportunidades com todos, dá força e sugere formas de evoluir” e finalizou “é uma super pessoa”.
Yassmin Forte é uma das artistas da exposição “Sinais: Mostra de Obras do Acervo de Arte do Camões – Maputo”, inaugurada no dia 27 de Fevereiro do ano em curso e em exibição até 22 de Março, no Camões - Centro Cultural Português em Maputo. A mostra reúne 33 obras de artistas moçambicanos, respectivamente Yassmin Forte, Butcheca, Catarina Castel - Branco, Dito Tembe, Douglas Condzo, Eugénio Lemos, Estêvão Mucavale, Famós, Félix Mula, Filipe Branquinho, Frederico Morim, Ídasse, Ilídio Candja, José Eduardo Agualusa, Jorge Dias, Manuela Pimentel, Mariano Silva, Mário Macilau, Mauro Vombe, Noel Langa, Mudaulane, Pekiwa Pinto, Rafo Diaz, Rodrigo Bettencourt da Câmara, Samate, Shikhani, Sitoe, Sónia Sultuane, Tomo, Victor Sousa e Zandamela.
Yassmin sempre se faz acompanhada pela sua câmera. Durante a inauguração, a fotógrafa, não resistiu e, apesar de ser uma das artistas da exposição, registou os momentos que marcaram a abertura da mostra, alguns dos registos, por sinal, a serem usados nas redes sociais do Camões - Centro Cultural Português em Maputo.
Yassmin Forte, com mais de 10 anos de experiência em contexto urbano e rural, já realizou várias exposições individuais e colectivas em Moçambique e na diáspora. Já fez curadoria de algumas exposições e participou de residências artísticas, com destaque para UPCycles, Residência Criativa Audiovisual, realizada em Maputo.
Crédito da imagem: Mauro Vombe
2 Comentários
Bravo 👏🏽 👏🏽👏🏽
ResponderEliminarMuito obrigada
Sou mãe orgulhosa da Yassmin Forte.
Gratidão 🙏🏽
Parabéns a minha mana Yassmin Forte. Nosso orgulho 💗
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