A realidade do mundo no qual nos envolvemos forma-se a cada instante que compreendemos um determinado fenômeno mediante dados obtidos através dos sentidos que possuímos, estes que intervém na leitura daquilo que é necessário para colher-se as informações que tornam essa compreensão possível.
Nesta senda, a fotografia constituiu, na escala evolutiva do homem, uma ferramenta eficaz no que diz respeito ao registo de momentos cujo contexto pode dar-nos a entender uma emoção que se aproxima ou se iguala a que foi experienciada pelos que estiveram presente no momento. Da mesma forma que a fotografia pode ser usada para deturpar uma informação, ela pode, igualmente, ser usada para clarificar os factos tanto quanto descreve-los, conforme o tópico em questão se predispõe a faze-lo de forma breve.
Várias questões são levantadas durante este período em que o povo moçambicano se encontra todo “unido” por uma causa comum. Através de imagens captadas ou momentos documentados pela Yassmin Forte é possível notar o manifesto da população e os Man in Fest das autoridades.
Yassmin Santos Forte actua também como fotógrafa, e nasceu em Quelimane, Zambézia, no ano de 1980 e reside em Maputo desde 1986. Ela que nos concedeu as suas fotografias captadas durante a manifestação em homenagem ao Elvino Dias e Paulo Guambe (fotógrafo), que teve lugar próximo a praça da OMM.
Através das imagens que nos foram concedidas pela Yassmin Forte, é possível debruçarmo-nos sobre a noção da realidade captada pelas máquinas (fotográficas), sobre um ponto individual acerca de um facto de relevância colectiva, que nos proporciona uma compreensão dos fenómenos ou factos que possam decorrer na nossa ausência, principalmente numa época em que os meios mediáticos são manipulados em detrimento dos factos.
Em meio ao caos no qual nos encontramos, a frase “tudo depende de ponto de vista” se torna mais real, isto é, os detentores dos meios, ou as mensagens, têm a possibilidade de a configurarem como desejarem, deturpando, desta forma, se lhes convier, os factos. Mas o advento da fotografia como linguagem das massas colocou nas mãos dos operadores visuais o poder de comunicar um facto, reflectindo alguns regimes como a democracia, mesmo em situações em que a distribuição pode ser comprometida.
Através da sua coragem, primeiro, em expor-se ao perigo – não obstante a incerteza da acção das "autoridades" –, Forte contribuiu com vários artistas na documentação deste fenómeno sem precedentes na sua forma de exigir pelo direito à vida, em Moçambique.
Forte é licenciada em Ciências da Comunicação, Relações Públicas e Jornalismo pelo ISPU, e actua como especialista de Marketing na Rádio de Moçambique, Forte possui habilidades e experiência no campo da fotografia, fez o curso de fotografia na Zeta Photo em 2011 tendo como seu instrutor Jorge Almeida.
É através da sua visão, e o seu sentido tátil que acciona, no momento pre-estabelecido, o disparo da câmera fotográfica que nos dá a conhecer a outra face daquilo que para quem é dito, sobre o impacto, não conseguiria compreender da mesma forma que as imagens nos possibilitam ver, fazendo valer o que é trivialmente dito, "ver para crêr".
Estas imagens foram registadas nos primeiros dias em que a desordem fora desencadeada através do ataque aos que, em homenagem aos mortos, se faziam presente para uma manifestação pacífica, tendo como resposta dos policias aquilo que se pode ler na seguinte imagem.
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