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Panelanços e outras obras de protesto da Nelsa Guambe

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A arte não pode viver à margem da sociedade, não obstante a marginalização dos artistas plásticos, mais especificamente. 

É sabido que a arte plástica é uma ferramenta altamente poderosa numa sociedade. Através da arte se criam convenções, essas que por sua vez permitem com que se estabeleça uma comunicação que transcende as linguagens cujos códigos estariam limitadas a um grupo em específico, como a linguagem verbal.

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Após as manifestações feitas pelos movimentos artísticos durante a luta pela libertação de Moçambique através das artes plásticas, hoje registámos um movimento que brinda-nos com novas formas de expressão artística, cada uma concebida em estilo próprio através de um código cuja descodificação está condicionada pelo contexto do fenómeno representado.

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Em termos sociológicos, uma coisa é um facto. E, actualmente, a nível nacional se vive uma tensão política e social devido ao pico da inconformidade do povo perante as injustiças e falta de sensibilidade pelo partido político, que ainda, neste momento, goza de hegemonia. 


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Face às eleições presidenciais, deparamo-nos com resultados que favorecem a Frelimo, segundo a divulgação da CNE tendo apresentado resultados equivalente a 76.67% para o partido que está a quase 50 anos na governação de Moçambique. 

Apesar do já partilhado no artigo Arte como arma de combate para artistas, vários artistas, designers, ilustradores e mais intervenientes manifestaram através dos seus ofícios a representação do que se vive no dia-a-dia das manifestações. 

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A nossa equipe decidiu divulgar uma série de obras concebidas neste contexto como forma de documentar este marco para a história de Moçambique e, todas as obras que constam neste artigo são da autoria da Nelsa Guambe. 

Nelsa Guambe nasceu em 1987, em Chicuque, Moçambique. Actualmente reside e trabalha na capital de Moçambique, actuando nas áreas de pintura, ilustração, fotografia, consultoria, curadoria, produção e gestão cultural.


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Os seus trabalhos representam um diálogo contínuo com Moçambique sobre vários acontecimentos e emoções colectivas, facto este que pode ser observado nas suas mais recentes obras que se seguem que representam momentos captados, e tomados emprestado para uma linguagem que faz o uso de características peculiares para dramatizar um facto.

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A resposta que Nelsa tem dado através das suas habilidades artísticas face aos acontecimento são surpreendentes, tal como o exemplo da imagem acima que representa um fenómeno que nunca tinha sido vivenciado neste meio século em Moçambique.

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Contextualizado a origem desta obra, há um  fenómeno que, por convenção, é chamado de “Panelanço”. Panelaço é o acto que as pessoas que se encontram nas cidades encontraram para se manifestarem e se fazerem ouvir, tendo este fenómeno se desencadeado pelos alunos que se encontram nos lares da universidade.

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É importante salientar que durante as manifestações os policiais que também são vítimas das injustiças que se buscam combater têm feito um papel contrário daquele que se esperava deles porque, segundo a voz colectiva “polícia é povo e tem família”. Guambe, em suas obras, representou policiais em diferentes momentos marcantes desencadeados pelas manifestações, isto é, desde o facto de intimidar o povo usando bala lacrimogêneo e balas reais até matar pessoas que nem sequer faziam parte da manifestação pacífica.

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